De 4.070 crianças nascidas no município de Várzea Alegre, entre1º de janeiro de 2016 a 28 de janeiro de 2025, 159 delas foram registradas com pais ausentes, ou seja, registradas só em nome da mãe.
Os dados constam no levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) em seu portal da Transparência, e correspondem de 1º de janeiro de 2016 a 28 de janeiro de 2025.
De acordo com o órgão, a identificação de registro denominada de Pais ausentes é uma nova página no portal da transparência.
Diz ainda que, o registro de nascimento, quando o pai for ausente ou se recusar a realizá-lo, pode ser feito somente em nome da mãe que, no ato de registro, pode indicar o nome do suposto pai ao Cartório, que dará início ao processo de reconhecimento judicial de paternidade.
Em todo o Brasil, de 24.535.059 nascimentos, há 1.365.046 de quantidade de pais ausentes.
Para a psicóloga de crianças e adolescentes, Giseli Alves, quando falamos da ausência paterna, não estamos falando apenas de uma questão burocrática do registro civil, mas em algo que impacta profundamente o emocional, o cognitivo da criança.
“É um tema que merece atenção, porque o vínculo com o pai ele desempenha um papel essencial no crescimento saudável. A ausência do pai pode ter impactos significativos no desenvolvimento emocional e cognitivo da criança. Então, a presença do pai, ela não se limita apenas aos aspectos financeiros, mas ela contribui para a formação da autoestima, da segurança emocional, da capacidade de lidar com desafios”, disse.
Giseli ponderou também que quando os pais são envolvidos no desenvolvimento da criança, a ausência do pai também pode aumentar o risco da insegurança, dificuldade em socialização e maior vulnerabilidade, além problemas com a ansiedade.
“É essencial promover a paternidade responsável e afetiva pois o vínculo com o pai é uma peça chave para o desenvolvimento da criança”, finalizou.
O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), em Várzea Alegre, Cleiton Costa, disse que esses dados levam à duas reflexões. O relacionamento dos jovens e adolescentes atualmente e a questão como a criança cresce.
“É inevitável uma decepção para cada criança, uma tristeza e muita das vezes um dia pode se transformar numa revolta”, disse.